terça-feira, 17 de maio de 2016

Versos Polacos

Este se faz diferente,
referente e direto,
entregue.
Este surgiu de repente,
num repente ou verso,
esparso.
Este não tem as mazelas,
das velhas donzelas,
pedantes.
Este possui a fineza,
com toda magreza,
singela.
Este nasceu de soslaio,
do febril desmaio,
da mente.
Este buscava a certeza,
encontrou a frieza,
nas letras.
Este prostrou-se molhado,
de olhos gelados
e certos.
Este matou a angústia,
que no peito machuca,
e arde.
Este caminhou estridente,
batendo em batente,
de lado.
Este caiu da janela,
virado pr'aquela,
que adora.

domingo, 15 de novembro de 2015

Rebelar-se à sagrada de Gaudi para serdes

Não se deixe abater,
Use a força da imposição sobre ti contra quem lhe impõe.
Quando pressiona-se algo,
Ele flui por novos caminhos.
Fragmente-se,
Reconstrua-se.
Serás por próprio punho,
mesmo que o mesmo.
Mas então será e não apenas estará.
Se te apertam é porque algo os incomoda.
Incomoda tudo que muda.
A mudança quebra as certezas.
Será que elas realmente existem?
Se não, o mundo desmorona.
Seria ele todo fundado em mentiras?
Se for, tudo o que se orgulham pode não ser nada.
'Pode deixar que eu pago', disse o velho.
Disse porque pode e vai se orgulhar disso.
Quando o dinheiro não valer,
não terá do que se orgulhar.
Vai chiar, como vai chiar.
Porque com ele levou-se o seu poder.
Agora, mais do que o pagar,
tirou-lhe o "poder pagar".
Se foi criado no mundo aonde esse poder há de voltar,
Se existiu no mundo no qual algo em troca se pedirá,
Se tardar em romper,
não romperá.
Uns dizem que nunca o fará,
Porque já faz parte de quem és.
Prefiro acreditar nesse 'poder',
pois se não acreditar, nada restará.
E poderá ir.
Não poderá ficar.
Querem-me longe.
Querem-me quieto.
Querem-me tu.
Querem-me eles.
Não terão.
Não me calarão.
Sou o que sou e sou o que senão,
sua negação?
Sou a condicionalidade contra o indelével.
O amor que aceita tudo há de ser amor pelo ser?
Se o ser muda e o amor não,
o ser não importa,
apenas,
se comporta.
O amor da condição é mais forte.
Viver-se-á mais intensamente por ser efêmero.
Por compreender e lhe ser intrínseco a perda.
A ruptura.
Por tal, o ser é ou não é.
Há de ser provocado e reagir.
A não-reação é uma reação.
A reação à condição.
Para além de mim,
amo-te pro mundo.
Afinal,
Se fordes só minha,
ou quem sabe pior,
acreditardes que algum dia pode ser minha,
engana-se,
ninguém o é de ninguém,
exceto quando acreditam-se assim,
e se,
assim o fazem,
infelizes,
pois apenas vivem,
sombreando um ao outro,
margeando a incondicionalidade d'outro,
que apenas é o mesmo para ti,
e então,
findarão assim,
ambos,
nada sendo,
pois perderam-se na volta em si mesmos.
Amando sem saber o que ou a quem amar.
Chorando sem saber porque ou pra quem chorar.
Morrendo como quem não viveu e,
levando o que não se aprendeu.
O meu amar te pede o querer,
jamais o obrigar,
te doa o mundo,
e se ele,
pelos acasos e sorrisos,
te levar,
pindarei aqui,
não sem dor,
a te olhar,
tanto mais a te querer,
não pra mim,
não por ti,
apenas,
a admirar.

O ser é muito pouco pra se devotar.
Tal qual é no silêncio que a tragédia se reproduz.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Será qu'Elfos voam?

Leve.
Brisa que floresce.
Leva a mente e entontece.
De ternura,
De belezas.
Flutua aos céus e aos olhos meus,
resolutos,
dispersos,
fixar-se-ão na pena que levita.
Pena que levita,
Pena que flutua.
Inalcançável tudo é,
Mas a doçura que a brisa sustain,
levemente movimenta-se e
para além do eu querer tocar-lhe,
ser-lhe no terno mover-se,
livre e belo,
sei que assim independe da brisa,
independe do sopro que lhe tange ao alto,
a pena flutua por si,
e me pego aqui,
singelo assim,
como sempre,
a admirá-la.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Observar o olhar que observa

Da inesperável tarde domingueira,
o que pode brotar?
Na terra da garoa nada se deve esperar,
porque por muito além do que se pensa,
o inesperado virá.
Virá.
E não fora diferente.
O que se pode dizer senão,
do evento ocasional,
que quase nem fui,
tocar-me-ia olhos tão assim.
Mas isso não importa.
Não, já disse que não.
O essencial é tocar ao mundo.
Isso que foi a chave.
Como tais, olhos aqueles,
observavam o obliável das existências da cidade.
Os detalhes esporádicos ou não,
os resquícios dos que passaram,
e mais ainda,
a memória esquecida de quem tentou eternizar,
mesmo que pouco,
mesmo que um fragmento de si...
Tudo,
absolutamente tudo isso tinha espaço naquele olhar.
Sim, olhar e não olhos,
como se verbalizar a substantivação destes.
Como se não fosse possível,
e ainda muito pouco é,
de se compreender que as belezas do mundo,
para além da objetivação dita,
não reside nele,
mas sim,
e fundamentalmente sim,
na bela arte de olhar.
E maior beleza há,
que se lembrar pela observação d'outros olhos,
o quão lindo há de ser,
singela e unicamente,
olhar?
Difícil,
devo dizer,
que não há como,
e isso de praxe ao homem-ser é,
esquecer-se de tudo isso que disse,
e por fim ter,
o observado,
seja o mundo,
sejam aqueles olhos que o observam,
como detentores das maiores belezas em si.

Uma despedida

A rodoviária é um dos lugares mais ricos.
Tanta gente.
Tanta cor e cheiro.
As vozes, sussurrando, se misturam num buchicho rouco
serpenteando pelos informes de saídas.
E como sempre algo atraiu minha atenção.
Normalmente coisas ou conversas efêmeras.
Dirigidas à mim ou à outrem.
Dessas que acontecem até em pontos de ônibus.
Mas nesse dia não.
Diante da porta de embarque defronte a minha;
que de praxe, a número 30, no lado par do longo corredor de espera,
puder eu ver um jovem casal num contínuo abraço.
Não desses que se dá ao encontrar alguém,
mas esses que se reluta a findar por justamente não querer separar-se jamais.
De meu assento podia ver o rosto em barba e com sorriso triste permeado por palavras ditas ao ouvido alheio.
Ambos portavam mochilas imensas às costas, claramente cheia de histórias.
Histórias que pareciam separar-se em breve.
A duração da ruptura jamais saberei,
porém sabia que em meio as conversas confidenciadas seus rostos se afastavam e ele segurava o dela entre suas mão, e após se entreolharem, rápida mas belamente, como que surrupiando ao tempo sua velocidade, pudera ver seus olhos trepidarem ao alternar dentre ver um ou outro dos olhos da jovem, para então suas faces aproximarem-se e nesta, seus olhos, descerem aos lábios daquela e assim fecharem-se num longo e profundo beijo.
Não tardavam em, rindo, tornarem ao abraço.
As mãos acariciavam as costas quando não subiam à nuca e cabeleira d'outro.
As confidencias eram mil e diante d'olhos tantos que, o tempo, e os outros, não existiam.
Olhos passageiros que vagueavam pelo vão central em busca de seus portões não se atinham à eles por mais do que a qualquer outro.
Os olhos dele, que me eram acessíveis, nunca viam os meus.
Nunca viam nada além de seus próprias memórias ditas aos ouvidos dela.
Os sentados ao meu lado, como que se as cadeiras tivessem sido arranjadas prontamente à vermos tal espetáculo, não os viam.
Não além do que os transeuntes viam.
Poderia me ater a descrevê-los.
À todos.
Mas pouco de vossos corpos interessava.
Os que estavam realmente presentes eram poucos.
Entretidos em seus sons, pensamentos ou outros mundos,
virtuais ou neurais, não importa, mas não estavam.
Ao casal, bom, o que os unia, evidentemente,
era pr'além de seus corpos.
Ao menos expressavam-se assim.
Na infinitude de seus abraços,
um ônibus chegou.
Tudo que ja descrevi se acentuou.
Tudo diante da possibilidade de se assentar.
A força do toque,
do beijo,
a frequência de sua alternância...
A separação foi uma tragédia em si.
Os abraços romperam.
Os corpos se afastaram.
Se olharam.
Se aproximaram novamente.
Se beijaram longa e lacrimejantemente.
Agora ela tocava-lhe o rosto e após o informe de saída do ônibus em momentos,
relutou em soltar-lhe.
Ele também relutava.
Após afastarem os lábios,
foram se alongando até restarem apenas as pontas dos dedos unidos em braços estendidos.
Os olhos não se rompiam.
Ele se virava mas os olhos jamais se enviesaram.
Entregou a passagem.
Despachou a mochila no bagageiro e como último à entrar,
ainda olhando-na,
voltou-se para ela e correu em sua direção.
Seus braços se abriram e
ela saltou ao abraçá-lo e
desatar-lhe um imenso beijo dentre prantos.
Ele a segurava dentre os braços e da mesma forma que correu à ela,
dela se foi...
e subiu à seu assento.
Ela cruzava seus braços como que a sentir ainda o abraço amado.
Forçava-se a não piscar.
Não queria, ao menos,
perdê-lo de vista.
Não tardou em perder.
Voltou a si.
Seu rosto enrijeceu-se na típica indiferença Paulistana.
E no caminhar singelo, rápido e ignorável,
dispersou-se na imensidão de corpos e cores que
vivificam a rodoviária.
Insisti em não perdê-la de vista.
Forcei-me a não piscar.
Mas a visão de meu assento era breve.
Não tardei em perdê-la.
Porém, como que,
na frieza do desconhecido com que se partilha grande parte do cotidiano nesta cidade inacessível,
parte de mim,
agora,
ja não era.
Fora,
naquelas mochilas imensas de memória,
lamentavelmente em afastamento,
mas unidas pelos olhos da lembrança que não cessa,
e que como os simples olhos meus,
tragificaram-se na triste separação
do eu que fica e do eu que vai.
Não tardou em meu ônibus chegar.
Parte de mim levantou-se e se foi.
Parte de mim ficou,
triste,
a esperar que não tarde em voltar.
Vi-me distanciar-me duplamente.
Insistia em ver-me até não mais poder.
Até não tardar ao perder-me de vista.
Como à rodoviária.
Como ao ônibus.
E não tardei em perder-me.

Escritos Febris

A chuva é forte lá fora.
Não importa.
Nunca importou.
Quero saber do meu cuido.
Cade?
Onde está?
Não aquele que me vem.
Não ele.
Mas aquele que quero manifestar.
A chuva não se importa.
Nunca se importou.
Nem mesmo com a similitude daquela que brotas de mim.
Daquela que me transtorna e fere,
porém que se reprime por não ter donde cair.
Essa chuva cai em mim mas e a minha, onde cairá?
Claramente nestes escritos diria eu.
Mas da chuva posso eu me abrigar,
já escritos meus não cabem mais a mim suportar.
De infelicidades mil és de brotar,
porém se ela não voltar,
não sei o quanto há de ser até me inundar.
Voltar para a luz dos olhos meus e
nestes um sol despertar,
que para além destes céus,
para além deste mar,
só caberá, enfim,
à olhos meus,
reluzir em te amar.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Maria

Maria era uma boa menina.
Sempre foi uma boa menina.
Daquelas que sempre obedeciam.
Sempre obedecia.
Maria era uma boa menina.
Maria sempre fazia o que mandavam.
Sempre mandavam Maria fazer coisas.
Maria sempre obedecia.
Maria era uma boa menina.
Ensinaram Maria que se tem que ser boa.
Maria obedeceu e se tornou boa.
Maria se tornou uma boa menina.
Ensinaram a Maria que ela devia fazer coisas.
Maria passou a fazer coisas.
As coisas faziam a Maria.
Ensinaram que Maria teria que estudar.
Maria obedecia.
Sempre Maria obedecia.
Maria pode não entender o porquê,
pois não ensinaram isso a Maria,
mas ela obedecia.
Mas como obedecia.
Maria sempre obedecia.
Ensinaram Maria a aprender.
E Maria passou a aprender as coisas.
Outros mais então passaram a ensinar Maria.
Mas não qualquer um.
Ensinaram antes de tudo que só alguns ensinam.
E Maria aprendeu que só com alguns aprenderia.
Maria era excelente em aprender as coisas.
Outros então passaram a ensinar Maria.
Maria os obedecia brilhantemente.
Todos que ensinavam passaram a admirar Maria.
Maria aprendeu que devia ficar feliz com isso.
Maria ficou feliz com isso.
Todos que ensinavam ficavam felizes com a felicidade de Maria.
Maria aprendeu a ser tímida com isso.
Ensinaram Maria que era errado querer.
Maria aprendeu mais isso também.
Não queria nada essa Maria.
Ensinaram que era importante continuar aprendendo.
Maria aprendeu e continuou aprendendo.
Não sabia o que, mas continuou.
Maria era uma boa menina.
Maria sempre obedecia.
Explicaram para Maria que para continuar os estudos teria que estudar mais ainda.
Maria estudou mais ainda para continuar os estudos.
Explicaram para Maria que aquilo era muito importante.
Maria entendeu que aquilo era muito importante.
Maria obedeceu porque Maria era uma boa menina.
Explicaram para Maria que tinha uma prova para continuar estudando e que ela teria que ir muito bem nela.
Maria entendeu que tinha uma boa e que teria que ir muito bem nela.
Assustaram Maria que a prova era difícil e que poucos vão bem.
Maria ficou assustada que a prova era difícil e que poucos passavam.
Assustaram Maria que talvez ela pudesse não ser boa para passar.
Maria se assustou que poderia não ser boa para passar.
Mas Maria era uma boa menina.
Mas assustaram Maria que ela poderia não ser boa para passar.
Mas Maria era uma boa menina.
Mas assustaram Maria que ela poderia não ser boa para passar.
Mas assustaram Maria.
Consolaram Maria que isso era normal.
Maria se consolou que isso era normal.
Consolaram Maria que adolescência é assim.
Maria se consolou que adolescência é assim.
Reanimaram Maria que ela era jovem e podia ainda estudar para ser boa pra prova.
Maria se reanimou para ser boa pra prova.
Maria era jovem.
Sustentaram à Maria que ela tinha que continuar tentando.
Maria continuou tentando.
Maria sempre obedecia.
Maria era uma boa menina.
Mas Maria não passou na prova que só quem era bom passava.
Falaram para Maria que tinha de se dedicar.
Maria se dedicou.
Leram à Maria que ela passou.
E falaram que aquilo era bom.
Maria passou e sabia que aquilo era bom.
Maria continuou estudando.
Outros foram ensinando Maria que haviam coisas importantes.
Maria foi aprendendo que haviam coisas importantes.
E foram ensinando Maria.
E Maria foi aprendendo.
Então falaram que Maria teria que trabalhar.
E Maria trabalhou.
Então falaram que Maria teria que fazer algumas horas extras.
E Maria fez.
Então o patrão de Maria falou que precisava falar com ela.
E Maria falou com ele.
E que precisava ser em outro lugar.
E Maria foi a outro lugar.
E que ela era bonita.
E Maria era bonita.
E que aquilo era normal e o que ela deveria fazer.
E Maria fez.
E que deveria fazer sempre que ele quisesse.
E Maria fez sempre que ele quis.
E que Maria iria crescer.
E Maria crescia.
Amigos e Familiares achavam que isso era ótimo.
E Maria achava que isso era ótimo.
Diziam que ela deveria estar muito feliz.
Maria estava muito feliz.
Falaram que Maria iria longe.
E Maria foi longe.
Um dia Maria não atendia mais as demandas da Empresa e Maria tinha que sair.
Maria saiu porque não atendia mais as demandas da Empresa.
Prometeram muito a Maria.
Maria tinha acreditado.
Mas de repente Maria tinha que entender que não era mais possível.
Maria entendeu que não era mais possível.
Maria era uma boa menina.
O tempo passou e levou Maria com ele.
Sempre disseram que o tempo passa.
E Maria sabia que o tempo passava.
E após ciclos e ciclos de repetição de tudo isso,
disseram que o cansaço existe.
E Maria estava cansada.
Por último ensinaram que Maria tinha que ensinar tudo isso.
E Maria passou a ensinar tudo isso.
Pois a vida é assim.
E Maria sabia que a vida era assim.
Maria sempre soube.
Maria sempre haveria de saber.
Afinal, Maria sempre obedecia.
Maria sempre foi uma boa menina.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A doçura

Ah, a doçura.
Como se pode ter algo além da doçura?
Não se pode.
Tudo que há doçura é.
Ou então a sua falta.
Como aquelas amarguras que nos tangem.
Mas como só tangem, tudo bem.
Ser amargo seria pior.
Deveras pior.
Imagine acordar sendo um peso fazê-lo.
E mais ainda, não ansiar o retorno ao sono.
Mais nada.
Nada melhor se quererá, porque a amargura não deixa saber-se.
A amargura não deixa nada.
Nada para si.
Nada para os outros.
Ninguém.
Um absolutamente nada.
Ah, a doçura.
Como somente ao seu toque sabe-se o valor que tem.
A doçura daqueles olhos.
A doçura daquele sorriso.
Acima de tudo,

a doçura da doçura.

sábado, 9 de novembro de 2013

Rascunhos da existência

a maior e melhor paixão da minha vida....
sempre terá a face que lhe cobre o rosto
sempre terá o som do seus sorrisos
a fofura de seus gracejos
de sua inocente maneira de reagir às belezas da vida
o som de sua voz ao despertar ao telefone
a doçura de seus lábios
a intensidade de seus beijos
a paixão de seu corpo
a rendição de seus olhos
meus olhos
nossos olhos
olhos que não hesitam em clamar clemência
arrependimentos com gosto de saudade
pedidos de desculpas suspirados dentre lágrimas
sussurrados nas distâncias que nos separa
mas aos céus que tudo aproxima
juras e juras, mas desculpas muito mais
eternizadas na levitude do vento
dissolvidas na imensidão da noite
lágrimas suspiradas por uma face incompleta
por um espirito vazio
por um ser que só sabe soluçar
na ausência do grande amor que o silêncio traz
medido...
ponderado...
sincero...
mas que machuca deveras por serdes mudo
triste por serdes dela
por ser unicamente dela
da voz que ecoa em minha mente com sorrisos
com olhinhos felizes piscantes
mas que choram...
que muito choram...
e que fui incompetente em impedir-lhes lágrimas
mas as lembranças dos abraços e beijinhos durarão
há como durarão....
só me restam as melhores lembranças
do amor que tomou e domou em si mesmo
da paixão que todos anseiam ter em vida
dos deleites da melhor das amantes
da maior das amáveis
da melhor das mulheres
você...
minha eterna
e pra sempre doce
e apaixonante
lembrança.

domingo, 30 de junho de 2013

Da insatisfação latente

Há uma inquietude em mim,
Dessas que não se esvai,
Dessas que não me deixa,
Dessas que não se extrai.

Uma insatisfação que se faz presente,
E que nem mesmo um passado recente,
Sabe dizer para onde se vai.

O desejo que não se realiza,
Mas que tanto enfatiza,
Que o querer não se desfaz.

Nas inconstâncias do acaso,
Ou no destino que não transpasso,
Num silêncio que não há paz.