segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Morte

Estou morto.
A ausência de vida é estar preso por quatro paredes.
Paredes de um límpido azulejo claro.
Sorriem.
Riem.
Debocham da solidão do encarcerado.
Angústia não lhe faltam.
Lembranças insípidas.
Pessoas não são pessoas.
Nem são visíveis a memória.
Pesa o querer sentir algo.
Nada.
É isso que é e isso que sente.
Seríamos unicamente o que sentimos?
Pensar seria um sensibilidade?
Triste do homem que não distingue suas recordações.
Tristeza maior àquele que não acredita possuí-las,
Numa sensação de ilusão na existência de um passado e de outros.
Somente as paredes azulejadas.
Lembranças seriam necessariamente verdades?
Ja pensou-se tanto sobre algo que confundiu-se?
Um pensamento tornou-se uma lembrança irreal?
A memória não seria uma crença mental?
No fim, tornariamos, ou melhor, torno ao claustro claro.
Não há ninguém.
Nunca houve.
A edificação sorri.
O vazio chega.
A Angústia afasta o ar dos pulmões.
Pior que perder-se na solidão é perceber que isso pode ter sido assim sempre.
O mudou?
Decepção?
Decepcionar-se é comer da maçã das oportunidades,
Sentindo o aroma e textura do sucesso,
Porém o gosto é de fracasso.
É diferente.
Não há maçã.
Eu a sou.
E a boca que alimenta.
No desespero da oni e impotencia,
Surge um outro índice.
A percepção dessa fruta que todos acreditamos comer e viver,
Ser apenas um pedaço ínfimo de uma grandiosa árvore.
Eis um alívio.
A solidão ja não é tão evidente.
A visão da grandiosa é doce o suficiente pra tirar sua autofágica sensação.
Isso.
Tenho a árvore e pessoas.
Sonhos e ideologias.
A fé se sustenta como imanente ao ser humano.
A sua existência tida como algo cultural perde-se.
Parece-me naturalmente sensível os olhos da crença.
Seja a inefável amplitude do além ou a sociedade que cria habitar,
Todas são mais do que si próprias.
São a mim.
Sou tudo.
A onipresença se faz no peso que cedo-lhes.
Quando se tem algo a segurar-se a dor torna-se simples.
Deus?
Chamaria-o de pessoas.
Minhas pessoas.
Minha arte.
Meus amores.
Minha saudade é a minha fé.
Lágrimas tornam-se a oração diária.

Na amarga situação,
Reconceitualizo o Amor.
Não haveria este de ser um sentimento,
Senão uma intenção.
Sinto Saudades com Amor.
Penso com Amor.
Não deve ser utilizado em forma verbal.
Não há.
Nào se Ama.
Realiza-se a vida com esta motivação.
O que seria o Amor senão uma crença?
Doar importância superior a simples idéias, seres ou momentos.
Como a grandiosa visão inefável além-vida,
Trouxe-me apaziguamento à dor do ser só.
O Amor traz a significância à tudo.
Se fosse sentimento seria algo passageiro e indurável.
Embora nossos deuses não sejam eternos,
Raramente nos aceitaremos como sós.
Tenha eu criado a árvore ou passivamente vislumbrado,
Dúvidas não faltarão.
Mas me parece imanente do ser a fé, por mais cultural que possa ser atribuido.
Seja para criar recordações que não sejam.
Ou Pessoas que não são.
A consciência tem o vão de ler.
O que cria e a criação.
E faz-me lembrar
Que morri.


essa parte separada foi minha tentativa de recordar o texto originall que foi perdido para sempre. Sinto muito. Minha melhor criação, de longe, para sempre esquecida, ate de minha pérfida memória. Engraçado pensar nisso. Grandiosamente triste para sentir. Lamento ao mundo e toda a humanidade perder uma digna obra de Deus. Nunca mais me esquecerei que perdi a minha vida essa noite. Perdi minha obra prima.


No vislumbrar da árvore e recordaçôes.
Dúvidas hão de surgir aos milhares.
Haveriam de existir ou seriam ilusão minha?

AMOR
lembro, sinto e penso
escolhas e tradiçoes.


Termino este texto magestosamente.
De forma perfeita.
Perde-se.
Apenas lembro em minha orações que tendem a se manifestarem.
A recordação de a solidão

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma noite qualquer em Bagdá

O Estrondo.
A Fumaca.
O Desespero.
A Correria.
...
O Choro.

Eles vieram onipotentes.
Disseram que nosso governo era ruim.
Por mais que fosse, era nosso.
Nao e' mais.
Nada parece ser.
Tiram o sangue dos que apenas vivem
alegando tentar trazer a paz e a dignidade.
Meu filho,
Minha familia,
Minha vida.
Nada mas resta
E o que resta náo mais importa.
Eles passam.
Eles pisam.
Eles riem.
Porque vieram aqui?
Todos sabemos o motivo.
O mundo era ruim, dizem.
Mas sabiamos conviver com ele.
Agora nem mais viver sabemos.
ou podemos.
Por mais humanitario que possa parecer
nao ha nada alem da busca pelo seu poder.
Os que podem ou assim querem ser,
arriscam, invadem, matam.
Tiraram nossa unica fonte de riqueza.
Nosso petroleo.
Como querem nos ajudar se tiram o que nos mantem.
Repito.
Nao sei mais dizer se nosso governo era ruim.
Nossa concepcao é diferente.
Para mim era o que era.
Sempre o fora.
Agora essa nova imposicao nos intriga.
Nao é nossa.
E o pior.
Com o tempo passara a ser.
Um tirano a menos para eles.
Um tirano novo para nos.
Difundem que estao para ajudar.
Dizem que tudo vai ficar melhor depois.
Tudo estava bem.
A nossa maneira, mas bem.
Agora nao temos nem o BEM, nem a NOSSA MANEIRA.
Espalham que nosso mundo respira a democracia.
E tristemente alguns de nos comecam a acreditar.
O habito os instiga a faze-lo.
Infelizmente estamos sozinhos.
Pois o resto do globo nao nos ajuda.
Nao quer ajudar.
E nao e' por nao se importar.
Mas por acreditarem que o melhor,
Estes invasores ja o estao fazendo.
Fato que o corpo do meu filho nao me deixa acreditar.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Dogmas

Animais.
Somos maravilhosamente animais.
Desejo todas.
Todas formas de prazer.
O gozo reje minhas veias.
A felicidade é o caminho, e
um caminho perseguido.
Me deixem.
A promiscuidade é minha.
O sabor daqueles lábios,
só hão de instigar os dos seios.
Seios das mais diversas formas,
Todos de meu gosto.
Ah1 Que gosto!
Prazer é a definição dos seus sabores;
Prazer é a busca ocultada, mascarada
Nas eternas boas intenções, e
em todas as pseudo-ambições humanas.
Se bebo, o prazer aflora.
Ilusão?
Ilusão é pensar que o pensar traz mais verdade que o sentir.
A vida é para ser a transa eterna,
Irresponsável, Grotesca, suja?
Jamais!
Saborosa em seu calor, intensa em seu Sabor.
O Saber é o modo que se chega
à englobar o Sentir.
A mente conquista o Prazer.
O Toma.
O Doma.
O Bebe!
Lambuza-se no leito da amante, ou no plural,
para fim felicitar-se, não na lembrança,
mas no eterno e constante presente.
Fazer da língua o instrumento marcial,
Crucial,
de uma existência que não culmina, ou acaba,
no fechar d'os olhos ao durmir.
Mas na vida que se prolonga,
nos sonhos mais exóticos que se tenha.
Ter? para que?
Ó mundo é das relações não das posses!
Possuir é mentira que se difunde,
para então,
uns acreditarem ser melhores que outros.
Todos.
Todas.
São deliciosamente saborosas.
O ardor de sua doação não há de caber no papel ou nas memórias.
Sua doação só pode ser captada pelos sentidos,
embora ainda limitada por estes.
Limitada pelo presente.
Que Presente!
Possuir Todos.
Possuir Todas.
Só traz pequena calmaria à incandescência
D'minha Alma.

Augusto Torres

In Dignação

Vagabundas!
O mundo está cheio delas.
No cheiro das ruas,
No som das casas,
Na frente das escolas.
Dançando, beijando e beijando.
Bebendo e pulando como homens.
Lutaram, antepassadas, para dar-lhes,
O direito de agirem como seus opressores.
Disputam-se pelos arrogantes olhares
A Satisfação sensorial que o macho-alpha,
emana ao possuir desejo de possuí-la.
E o pior;
À noite,
ou melhor,
no fim desta,
nós não nos diferenciamos no dormir,
muito menos, ao que me aparenta,
no olhar masculino;
Que por muitas vezes, per elas,
me inferioriza.
Como ousa aquele cantor,
optar pelo meu pedido negar,
para tentar,
Falsear graça na desgraçada do decote maior.
Fúteis.
Mentes vazias.
O que sabem conversar se, ocupam-se,
em alimentar o animal,
Seus e D'outros,
Ignorando O Pensar.
No máximo, ocupam-se à raciocinar
no seu Querer-e-Ter,
e principalmente
A Falar mal dos outros.

Silvia Nogueira

Realidade

Existem 3 tipos de homens.
Os que pensam,
Os que não pensam,
E os que fazem o mundo funcionar.
Fato.
Os que pensam são insatisfeitos.
O mundo não sabe coexistir com suas idéias.
Saber, só serve para aprofundar a visão do caos.
Tentam, e alguns conseguem mudar algo.
Dependem muito dos outros.
Outros que não pensam, que são insatisfeitos.
Suas memórias são fragilizadas
pela pequena expansão iluministas destes.
Logo, não associam as lógicas
e seus mundos fragmentados, ou são felizes, ou tristes.
E não sabem que podem mudar.
Calam-se.
Eu, sou dos que fazem o mundo girar.
Penso, não Penso, o suficiente.
Na vida é o seguinte:
Tem horas que precisamos aceitar;
Tem horas que devemos nos mover;
O mundo, interno ou não, desnecessita de tantas ideologias;
a medida certa haveria de ser não mais do que,
as quais o dinheiro seja o fim.
Corrompe, denigre, futiliza.
Não importa.
Este é.
Devemos sê-lo.
Melhor seria se conseguisse, tão facilmente, aceitar com absolutismo q'esta.

Alves Pereira

sábado, 15 de maio de 2010

Mas que nada

Cabe a mim o resto de ti.
Destruída.
Destroçada.
Finita.
Braços vazios que servem ao sossego.
Descanso do mundo.
Torna-se impossível criar-se quando até a esperança esta exausta.
E mesmo o dia de um fim de semana torna-se as madrugadas uteis.
Há de restar o que além do silêncio para sonhar e acreditar que se pode fazer algo.
Acreditar que se faz algo.
Nem pensar se faz.
Ja fizeram isso por você.
A vista embaça-se para ver a pronfundida.
Tudo permanece à mesma distância.
Julga-se o mundo pela casca que imprigna seu cansaço.
Seu descaso.
A pausa apenas serve para firmar-se a desilusão.
Fazer-se acreditar que existe algo.
Que és algo.
És nada.
Nada faz senão não ser.
Nada preenche-te senão o vazio que, por vezes, vista a esperança.
Esperança doutros.
Embora por momentos brilhe sua própria.
Mas logo apaga-se na sombra de um ja pensado.
A mente ocupada é, por sonhos que outros dormiram.
No fim, o elogio é falso.
A idolatria é simples.
Como se o preceito da criação minha fosse aludir-lhe.
A minha arte faz-se por si própria.
Tanto prova-se o descaso a que é escarrada à esta solidão.
Enquanto não negue-se a tristeza de sê-la,
Não surge para ser ovacionada, senão para que aproxime espiritos.
Trazer para perto aqueles que identifiquem-se.
Aqueles espiritos que explodem em outras formas e,
quem sabe talvez uma satisfação maior do homem se encontre na união de suas artes.
Numa madrugada vazia ou num fim de semana ilusório.
Seja como for caminhando o tempo que não existe, senão na mente de seus controladores.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Madrugar

A música antiga e adorada perdera o gosto.
Feia.
Rústica.
Como pude adorá-la?
Disforme.
Dissonante.
Percebo que a música sempre fora a mesma.
Eu mudei.
A arte me abandonou.
Perdi a capacidade de adorá-la.
Cultivá-la.
Criá-la.
Não posso perceber o amor que fora composto com sua trilha.
Sem sabor.
Sem a textura necessária para alimentar minha paixão por ouvi-la.
Talvez o sono ha de roubar-nos o dom da vida.
Por isso que somos presos à ele.
Quem resistir a este verá a verdade.
Talvez a vida seja a ilusão do dormir.
Liberdade é um luxo dos que neste acreditam.
Por fim, todos estamos presos e fadados ao fim da renovação.
Perdurar pelos dias e noite nos há de ser impossivel.
Somos fracos e simples para compreender a imensidão de dias ao léu.
Tal como nos é dado o prazer ou desespero de vislumbrar a sombra
Sem nunca sairmos desta caverna ensolarada.
A vida.
A Arte.
Tudo que crêemos e nos mantêm como somos.
Nada disso há de resistir por horas alêm de nossa,
Limitada e fadada capacidade de permanecer.
Per.
Manecer.
E nesta inexploravel área do ser
Deixo aos psicólogos a tarefa de decifrar.

Mais um Hábito

Oh formiga.
Pobre formiguinha.
O que fizeste senão caminhar sob meu olhar.
O dedo feroz e instintivo atravessou o pensamento e pousou.
Sem barulho.
Sem oferecer resistência.
Deixou de ser.
Sob o dedo que pode senti-la.
Tal qual não caminhasse no móvel.
Nem se contorcia.
O remorso era inevitavel.
Eu que deixei o dedo por si só o fiz por estar felicitado na emoção.
A mente ao longe, no coração da adorada, abandonei o corpo.
O corpo age e mata.
Enquanto alegrava-me com o amor, matava desnecessáriamente.
Matava porque o espaço era meu.
Matava apenas porque podia faze-lo.
Não devia.
Fiz.
Enquanto animava-me o relacionamento tirava-o de alguma formiga.
Talvez em algum lugar seu conjuge ou parente há de lamentar.
Mesmo que não seja o que consideremos lamentar.
Sua ausência há de existir.
Seja quem for.
Ao contrário dos homens.
Logo mais surgiram outras formigas no local.
Talvez procurando a que matei.
Talvez terminando o trabalho desta.
Andavam desordenadamente
Procurando o que tardia em voltar.

sábado, 30 de janeiro de 2010

À Janeiros, Fevereiros, Marços...

O Tempo está.
Sorrio no pensar que ele será.
Mesmo depois de eu ter sido.
Assim como a chance disto continuar a ser lido.
Relido.
Quem sabe compreendido.
O texto.
A Obra.
Eu.
Aquele que se levante para o que foi, vê.
O como nada é para o que está por vir.
O meu tempo nada é.
O meu tempo, para mim, muito foi.
Assim como o faço hoje com os que se foram,
Aguardo que a mim façam no que há porvir.
Não serei.
Não acredito em nada.
Acredito que serei tudo.
Mas eu.
Eu.
Não serei.
Estas palavras minhas não serão.
Nem sei mais se são.
Pertencem à quem importar-se com elas.
Assim como dei minhas lágrimas ao mundo,
Dou-lhes-lhe estas grafadas.
De súbito, some de mim.
Nada mais há de restar.
Senão um ponto.
.

A Gravidez

Quanto há de morrer com o poeta.
Iluminam-se leitores com suas obras,
mas não percebem o quanto este ocultou.
O que há de residir em pequenos poemas,
Em simples obras,
Sendo que o coração deste há de ser eternamente tenso.
Quantas obras se perdem no caminhar pela rua,
ou na leitura de um bom livro,
num bom filme,
num certo momento.
Tudo onde não haja onde marcar ou à quem comentar.
Mesmo que depois de escrito estes morram sem ninguem ler,
a missão do poeta fora feita.
Mundializar o Espirito.

Quanto de mim se perde em minhas palavras.
Apagando pensamentos ao transporta-los pro papel.
A mente que reune os fatos em forma linear, ou não,
Agora declina na postagem de seu raciocinio.
O ódio se consome por si só.
O amor acalma-se.
Talvez tudo seja necessário para a sua resolução no fora
Pois o poeta não há de suportar a si mesmo.
Ninguem suporta a si ou ao mundo.
Assim, debruçam-se uns aos outros.
Outros, que não mais confiam no seu externo,
Fazem suas criações e nelas se apoiam,
Então, o que cria o suporte conhece sua capacidade,
Seu tempo de sustentação e acolhimento.
Mesmo que por fim,
A criação acabe perdida, esquecida ou nunca chegue a ser conhecida à todo o resto.
A arte É por si só.
Para o alívio de quem cria e
Quando há, deleite do expectador.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Essência

A real beleza só há de ser simples em sua unidade.
Perfeita em seu luxo e sabor.
Que há de queimar o coração de seu admirador.
E os olhos, se suportarem ver, lacrimejarão.
Para acalmar o fogo que lhe invade.
A chama do verdadeiro amor.
Seja-lhe na mais breve chuva ou flor.
A percepção para tal real maravilha, somente à um artista pertencerá.
Nada que se crie.
Nada que se ensine.
Apenas o observar e compreender.
O quão fantástica são as mudanças ocultas que se fazem.
O sonho da donzela à fotossintese.
Embora as consequências futuras possa-lhe ser vista.
Cabe ao artista desbravá-las desde o momento que se origina.
No íntimo de todo ser.
Eis a maior benção e maldição dos homens.
Sentir.
Perceber as reais maravilhas de cada ato ou pessoa.
Em particular dirijo às mulheres.
Que como as flores acreditam nas pétalas.
Enquanto um admirador verdadeiro, as despe com o olhar.
E diz-lhe o quão agraciado há de ser com a visão do seu eu.
Fabricam-se pétalas e esperam tornar-se heterótrofas.
A maior de todas as belezas reside no rosto limpo e nos olhos puros.
No olhar que reflete o universo sem faltar um A.
Como vivo a chorar à esses olhos.
No mais puro agradecimento de poder ver,
As maravilhas que tão artistas tentaram transcrever.

Valores

Sexo não é Sexo.
Sexo, é apenas sexo.
Ou diria melhor...sexo.
Para que exaltar a pupila do morto?
Morte um tanto ignorada.
Todos esquecem o que lhe é fadado.
Nos doutrinam imortais.
Como se o coração poético dominasse o físico.
E na eternidade dos prazeres vividos ficaremos.
O nascer é acentuado e o fim, abreviado.
Imortalidade vigora, mesmo que em idéia.
Adormecemos para que um dia deixaremos de Ser.
Seremos nada.
Ou melhor, não Seremos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Padrões habituais

Outubro renasce.
Talvez o mundo siga ciclos.
Embora seu conteúdo mude, a frutificação segue padrões.
A estrela nasce para brilhar e brilha para se apagar.
Impérios sobem para cairem.
O homem avança para em fim se fechar.
Do feudalismo à pós-modernidade, só mudou-se o referencial.
O mar ainda é mar, conquanto tenha ficado menor.
Os olhos que lhe viam há cinco meses, agora estão dependurados.
O mundo dos morcegos é o atrasado dos patos.
Figura-se em minha memória uma face esquerda.
Agora esta continua sendo, porém é direita.
O gosto do rosto é igual.
Desgastado e habituado pela minha lingua casta.
Saborear?
Polvos não acham as águas salgadas.
O dizer é impróprio aos ouvidos machucados.
Derretidos na doçura de elogios.
Demolidores do importar-se.
Cale-se e me ame.
O afago alimenta a submissão.
O inferior é quieto porque está morto.
Lástimar, a impossibilidade de tentar ver mais largo, é inevitavel.
Mais longo que a domesticação carinhosa de suas pupilas.
Ao luxo, a entrada é invasora.
Por fim.
O lastimado se alivia na destruição da inocente.
A inocente despedaça-se.
Farpas cegam o agressor.
Um mar surge, de ofensas e agrados.
Num ciclo de visões opostas e variavelmente rotineiras.

Consciência

Culpado.
Arremesso-lhe a corda ao pescoço.
Prendo-lhe a alma com minhas palavras.
As idéias a sufocam.
Estrangulam.
A raiva destroça seu ser.
Ser maravilhoso.
Delicado.
Inocente.
Mas a angústia faz o louco.
A loucura pendura-se na árvore da dúvida e só basta um puxão.
A mão que puxa é a mão que nega.
A ausência é tão carrasca quanto o desprazer.
Questiono-me sobre qual que és.
Possuem o mesmo gosto.
Embora difiram da estação de frutos.
Saber o que alimenta a vontade de negar é um luxo.
O sábio mantêm-se imóvel.
A tristeza te alcança e machuca como o tempo à mim.
Fugir em idéias é rotineiro.
Negá-las, uma profissão.
Enquanto sua boca me sorri a minha escarra.
E depois vêm limpá-la com beijinhos.
O estado muda os olhos.
Assim é mais facil ver azul.
A história é retomada e reavaliada.
O azul fica.
O brilho vai.
A continuidade é ameaçada e a permanencia morre.
Lágrimas de um caminho inundam o destino.
O vale evidencia não possuir o céu e o charme.
Às colinas vão.
Ó doce brisa que me tira a amargura.
E de solavanco leva a inspiração.

Madrugada

Oh Madrugada.
És minha.
Somente minha.
Do alto do me trono à comando.
Do alto do meu sono te liberto.
O silêncio de suas entranhas alimenta meu pensar.
Meu sofrer.
Meu lamentar.
Como adoro saborear seu gosto azedo.
A amargura de sua escura e fria solidão.
Inspira-me a doce vivencia do eu com o eu.
Salga-me a pela as lágrimas de suas sequências.
Horas.
Perduram uma infinidade de tempo.
O vazio é preenchido segundo a minha vontade.
E quando mergulho na vastidão de seu manto.
Sou tragado para fora pelos primeiros raios de sol.
Arranca-me como um filho prematuro.
Meus pensamentos difundem-se neste mar profundo que me rondava.
O absoluto negro do caminhar da noite não pode ser alcançado.
Resta-me dormir.
Dormir para acordar e aguardar.
Esperar que o sol morra para novamente eu dominar.
O mundo sendo meu.
Parte de minha arte de ser.
No mais puro egoísmo de meu individualismo.
Não pronuncio uma palavra.
Ninguem pode ouvir.
Não preciso mais dos sentidos normais para viver.
A noite é o deleite do poeta.
Onde o verdadeiro sentir aflora em seu ser como se palavras se alinhassem por si só.
Cabe apenas a mim transcrever a ordem ja per feita.
Cabe a mim, apenas traduzir as maravilhas que se criam dentro do meu.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Por que Escrever?

Ó Palavras!
Recriadas na mais bela contrapontística composição.
Ignoradas por ausência de um renome educacional.
Lidas, se assim forem, um cúspido elogio emana do espírito destinado.
O que há de esperar dos homens senão seu egoísmo.
Mesmo que seja num altruísmo intencional.
Não emos de faze-los por nada ou ninguém, senão pelo prazer do nosso eu.
Vontade sujam a alma dos significados.
Dos Atos. Das palavras. Das primaveras.
A vida é arrancada pelo desprezo e devolvida na admiração.
Admiração que vem do meu-querer.
Seja malicioso ou socializavel, conquanto faça-se verdadeiro.

Porque o âmago do ser é conflituoso.
E de guerras e terremotos parem um novo mundo.
Um mundo ovaciona o morto e mata o ovo.
O ovo interno que carrega a tinta para pintar o quadro da vida.
À sua paisagem. À sua maneira.
O Poder de criar é arrancado das entranhas do homens.
E estes ja impossibilitados da arte, ignoram o mérito dos irrenomados.
O ciúmes. A repulsa.
São meras inaceitações de sua limitada capacidade de criar e admirar.
A confiança no mundo que se pinta está na compreensão das cores que possui nos olhos.
As cascas do ovo quebrado são reconstruidos com paciência.
A paciência de observar a vida na arte e criar a arte na vida.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

(Sem) tempo, vida e, Trabalho.

Calor.
Pessoas andando juntas.
Seguidas.
Inconscientes.
Olhares vazios.
mais Pessoas.
Menos espaço.
Espremidas.
Calor.
Tridentes subjulga-os.
"Desculpe, Senhor!"
Pobres.
Esquecidos nas esquinas.
Sujos.
Vivendo do resto, dos passos dos que andam;
se espremem.
Mais nuvens.
Ma(i)s cinzas.
Menos Sol.
Calor.
Indo.
Vindo.
Caido.
Esquecido.
!TRIM!
Todos tocam os bolsos.
Um escolhido.
DEMITIDO!
Ninguem para.
Ninguem ouve.
Ninguemse importa.
É avistado.
Para.
Cai.
É esquecido.
Calor.
Cabeças tampam o cpeu.
Pés pisam.
Corpos são levados.
Incosciente.
Conscientes comandos.
Conscientes Destinos Inconscientes.
Pensar?
Fazer!
Sofrer!
Consequências.
Produzir.
Calor.
Percurso cria os ventos.
Percursantes criam tempestades.
Liberdade faz inverno.
Identidade derrete à Igualdade.
Fraternidade evapora dos caídos.
Olhos carbonizados de modismo e inferioridade.
Não existe heróis.
Apollo tira as cores e, Reina.
Someone Pray.
Una gratia.
Pyro.

Pituxas

A magrela malhada e a ruiva peluda foram colocadas no veículo.
Viajou-se para outro distrito.
Mais de 20 km o percorreu.
Achou um terreno baldio.
Cercado à madeira.
Uma frestra.
O tamanho necessário.
Colocou-as nesta área não ocupada.
Estranharam esse passeio.
Uma vida dedicada à os que as deixavam agora.
Fechou-se a porta.
O carro distanciava.
As cabecinhas vira-latas diminuem-se.
Seja pela distância ou incompreensão.
Eu, criança, não entendi a simbologia do ocorrido.
Jogava-se fora o celular que saira de moda.
E pegamos a estrada à volta.
Dias depois.
Volta à seu lar, apenas uma.
Malhadinha, cansada, esfomeada.
Volta para o abrigo e a dedicação à seus deuses.
Donos.
Posse.
Volta porque acredita ter sido esquecida.
Sua irmã, ruiva, nunca mais foi vista.
Provavelmente findou-se como uma mancha na estrada percorrida.
Lamentando o acaso que lhe acomete.
Lamenta sem forças.
Corpo destroçado.
Sangue.
Fezes.
Lágrimas.
Tudo mistura-se à poeira da pista.
A irmã tenta fazer algo para ajudar.
Nada pode à ação dos deuses.
Só olhar e lamber o rosto sangrando.
Sua lástima dura o tempo de outro veículo vir.
Destroçar seu crânio no chão quente.
Um CRAK.
Um espirra de sangue.
Um ultimo uivo.
Findou-se a irmandade.
Resta à malhadinha voltar para casa.
Agora sozinha.
Volta e espera o amor à qual dedica-se.
Mas percebe um padrão à palavra AMOR.
O praticá-lo, raramente à de ser correspondido.
Por fim.
Chega.
Riem de sua audácia.
Sentem o peso do ato praticado.
A acolhem.
Mas por pena e reconhecimento à seu esforço que por amor.
Vive mais um tempo.
Nunca mais aceitou ficar sozinha.
Quando saiam, corria atrás dos carros.
Até onde aguentava.
Nisso, bons quilômetros percorria.
Por fim voltava à casa.
Percebera que a moradia era um bem que não abandonavam.
Mesmo sem, antropomórficamente pensar.
Sabia que o valor do imóvel haveria de ser muito maior.
E este nem se dedicava aos deuses como ela o fazia.
Ao contrário.
Seus donos que se dedicavam à casa.
E ainda o negavam de abandoná-la.
Compreendeu, à sua maneira, o amor novamente.
Inmútuo.
Numa dessa voltas, findou-se no asfalto.
Como mancha tambem.
O destino das irmãs, talvez.
Dedicar-se para em fim morrer na rua.
Mas desta vez.
Em frente à casa.
Que ria desta.
De seu esforço em apegar e dedicar-se à humanos.
Humanos que a casa cativara muito mais, sem nada fazer.
Apenas ser.
Algo que o a malhadinha deixava de fazer

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Enquanto isso

Escondido como as horas
Palavras deixadas para ao acaso
Ao ódio presente no dia
Manhãs incendiosas
Tardes insurdecedoras
Dias esfumaceados em lodo urbano
Veias latejantes de egoismos e intolerâncias
Mal dizer o relógio, só apressa a angustia
O entardecer relaxa
A cor do céu reluz sobre os homens
E pensar que esqueci o que era domingo
Sentia apenas a brisa de sábado com gosto de segunda
O sono que tardia em findar-se
O ócio que amplia-se nestes minutos
A lembrança maltrata o que o coração tenta esquecer
A ausencia torna-se evidente
A solidão, aliada
O esquizofrênico é são e o sociavel lamenta
Como não lamentar
Quando a sua caneta deixa de funcionar.
Não há voz que seja escutada
O medo oculta suas laringes
A comunicação é mera memória da vida que não há
Beijos à minhas palavras
Pois o sono à de buscar-me
e hesitar seria muito desejo de inspirar-se.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

rEVOLUÇÂO de quem?

Um Jovem caminhava pelas ruas estreitas da velha cidade.
Buscava a esmo o que de longe persegue, a cura de sua fome.
Fome pela vida que tantos comentam.
A indústria ficava próxima, tinha certeza.
Tinha muitas certezas, sem muita intuição urbana.
No campo sabia, apenas por saber, quando a seca ou a chuva se aproximava.
Aprendera a saber com os antigos.
Viera à cidade aprender a ter o que tão se anunciava.
O Conhecimento.
A Era das Luzes o cercava.
A Curiosidade o atiçava.
E a vida rural, muito o impedia e limitava.
Fora.
À chegar tudo era de impressionar.
Das edificações aos transeuntes.
Das rochas aos homens.
Do sol à neblina moderna.
Buscava o endereço lhe recomendado.
Estariam por dar-lhe a oportunidade.
Faria de seu tempo e braço mais riqueza que seu campo lhe trouxera à gerações.
Continuava a vagar.
Perdidos nos caminhos nomeados.
Decidiu por questionar quem passava.
Um senhor de óculos e vários papéis lhe dera atenção, sem descuidar os olhos dos seus trajes sujos.
- Sim, conheço. Ande três quadras e vire a esquerda. Sem Erro.
Agradeceu e seguiu.
Fez de seu percursso exato e parou diante de uma placa.
RUA SEM SAÍDA.
Estranhou e voltou ao local do homem de óculos.
Este sumira, parecia apressado mesmo.
Encontrara outro.
Agachado, olhando o chão.
Aproximou-se e questionou sobre o que fazia.
- Estou a observar a vida. Veja como sabem por onde ir essas formigas.
Vira muitas formigas.
Todas sabiam por onde ir e voltar.
Menos ele.
Questionou o local.
Sem olhá-lo, fora respondido.
- Siga essa rua até o fim, há de encontrar. Muitos homens estão a ir para la. Siga-os.
Agradeceu e fora caminhando enquanto o homem permanecia abaixado, como se nunca fora questionado.
Permaneceu no percurso.
O Sol quase surgia.
Logo viu muitos homens.
Caminhou para o mesmo sentido destes.
Perguntava a eles se iam para tal local.
Sem Respostas.
Apenas olhares.
De estranhamento ou repulsa.
Persistiu em segui-los.
As vezes questionava a um ou outro.
Mesma reação.
Vira um senhor numa calçada próxima.
Fora pedir-lhe mais informações.
- São estrangeiros. Não falam nosso idioma. Trabalham muito por muito pouco. Não falam. Se falam, não são ouvidos ou entendidos. Melhor assim. Não querem que sejam entendidos, Apenas que trabalhem. Mas você nao vai para o mesmo lugar que eles. Estes seguem para metalurgicas, Você para outro lugar. Encontrar é facil. Siga seu nariz e por fim seus olhos. Estes revelarão a ti sua busca.
Sem muito entender.
Agradeceu e seguiu a parte que entendeu.
O cheiro era realmente forte e vinha com uma nuvem do lado leste.
Tamanha crescente olfativa, cambaleava as vezes.
Os olhos ardiam e ver tornava-se torturoso.
A visão por fim lhe revelou uma edificação.
À porta fora chamado aos gritos.
Os ouvidos despertavam enquanto o nariz e olhos dormiam.
A boca temia abrir-se e deixar esse mundo entrar-lhe no amargo da lingua.
A fumaça impedia a claridade do som.
Seguiu.
Chegou.
Ouviu.
- Atrasado! Não dormirá esta noite! Vá para a máquina 5!
Perguntou se era a ele mesmo a quem se dirigia.
Confirmado com um puxão para dentro.
- Máquina 5! Vai!
Caminhou na escuridão, opositora ao sol que se levantava do lado de fora.
Janelas eram elogios.
Aberturas permitiam o luar da noite anterior entrar.
Criaturas intercalavam-se entre as máquinas.
Homens?
Questionavam-se sobre isso.
Pequenas criaturinhas auxiliavam-os.
Alguns tinham calças
Outros saias.
Mesma cor.
Mesmo rosto.
Falavam menos que os estrangeiros.
Sorriam menos que o homem da porta.
A máquina 5 estava à sua espera.
Sorriu para ele e acariciou sua cara com o sangue do braço triturado de um operador.
Ria dele.
Cobiçava seu braço.
Seu corpo.
Sua alma ja lhe pertencia.
Apertava as engrenagens.
Lubrificava as correias com suor e graxa.
Muitos caiam de fome e fraquezas.
Os Arrastavam a um canto com resmungos.
Os Bípedes tinham de compensá-los.
Trabalho.
Mais Trabalho.
Doze horas passaram como quinze existências.
Saiam em fila única.
Não eram obrigados a isso, mas o faziam.
Eram apenas um numa fila.
Seres destroçados pela graxa.
Não mais homens, mulheres e crianças.
Apenas Operários.
Filhotes ou não.
Foram recompensados.
Ganhavam pedaços de pão pela dedicação.
E a promessa de mais dentro de poucas horas.
O rapaz viu que sua calça e camisa transformaram-se.
Era apenas um macacão cinza agora.
Fora seguindo a fila à cidade.
Silêncio.
O Sol caminhava a findar-se.
Sua alma e vontade tambem.
Fugiu.
Resolveu voltar para seu campo.
Olhou em seus bolsos e estes estavam vazios.
A máquina 5 tirou-lhe tudo.
Estava por tragar-lhe se voltasse a vê-la.
Correu.
Com as pernas cansadas dele mesmo.
Passou pelo homem de óculos, do senhor agachado e do ultimo que lhe indicou o cheiro.
Pegou o caminho para o campo.
Limpou a graxa do rosto.
Recuperou seu nome e roupa.
Sua alma manteria-se como se o braço estivesse destroçado pela 5, mas caminhava a uma cicatrização.
Voltava à pobreza.
A pobreza que mais riqueza lhe traria.
Embora a colheita tenha problemas e a mecanização camponesa seja uma competidora complicada.
Sabia, que la era Homem.
Tinha, o que era-lhe necessário.
Embora não possuisse as luzes do homem de óculos, do senhor agachado ou do indicador do cheiro, tinha a profundidade da vida.
Era uma formiga.
Na luz não sabia caminhar, pois para tal, era necessário viver apenas um caminho.
Seja o caminho de 3 quadras e depois virar.
Seja o de seguir os estrangeiros.
Seja o de seguir a fumaça da fábrica.
A exatidão dos números não se encaixava à exatidão dos sonhos.
Ruas sempre poderão ter seu acesso restrito.
A Vida é separada em espécies e não mais estudada em sua união e essência.
O homem de fora distância-se de seu interior, criando uma especiação com comunicação distintas e incompreensíveis.
Tudo resultará da divisão dos sentidos.
Os Olhos.
O Nariz.
O Ouvido.
Unidos no mundo por uma fumaça.
Separados pelo Saber das Luzes.
Especializando homens a cada parte humana e mundana.
Alguns apenas saberão guiar.
Outros olhar a vida como só presente no chão.
Ou em nossa nação.
Ou só naqueles que não usam macacão.
Mesmo, em todos, circulando o tom vermelho-sangue, alguns terão de perdê-lo para que outros achem que os seus seja Azul.
- A servidão feudal camponesa pela industrial burguesa.
Lamentava o rapaz.
Açoitado pela máquina 5 no dia seguinte.
Pois correu.
Correu para a terceira quadra e nela havia a fábrica.
Trazido, para dentro.
Arrastado, para fora e la à ficar.
Jogado, na vala.
Pensando no quão rápido um sonho pode prender-se á máquina e dela tornar-se dependente.
Correu, mas para a maquina 5!
Seu espirito não sabia mais viver sem ela.
Esquecera-se do antes e do sonho.
Restou apenas o macacão cheio de graxa.
Eis a Era das Luzes.
Que agora apagam-se em seu olhar.