sábado, 23 de janeiro de 2010

Madrugada

Oh Madrugada.
És minha.
Somente minha.
Do alto do me trono à comando.
Do alto do meu sono te liberto.
O silêncio de suas entranhas alimenta meu pensar.
Meu sofrer.
Meu lamentar.
Como adoro saborear seu gosto azedo.
A amargura de sua escura e fria solidão.
Inspira-me a doce vivencia do eu com o eu.
Salga-me a pela as lágrimas de suas sequências.
Horas.
Perduram uma infinidade de tempo.
O vazio é preenchido segundo a minha vontade.
E quando mergulho na vastidão de seu manto.
Sou tragado para fora pelos primeiros raios de sol.
Arranca-me como um filho prematuro.
Meus pensamentos difundem-se neste mar profundo que me rondava.
O absoluto negro do caminhar da noite não pode ser alcançado.
Resta-me dormir.
Dormir para acordar e aguardar.
Esperar que o sol morra para novamente eu dominar.
O mundo sendo meu.
Parte de minha arte de ser.
No mais puro egoísmo de meu individualismo.
Não pronuncio uma palavra.
Ninguem pode ouvir.
Não preciso mais dos sentidos normais para viver.
A noite é o deleite do poeta.
Onde o verdadeiro sentir aflora em seu ser como se palavras se alinhassem por si só.
Cabe apenas a mim transcrever a ordem ja per feita.
Cabe a mim, apenas traduzir as maravilhas que se criam dentro do meu.

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