sábado, 23 de janeiro de 2010

Padrões habituais

Outubro renasce.
Talvez o mundo siga ciclos.
Embora seu conteúdo mude, a frutificação segue padrões.
A estrela nasce para brilhar e brilha para se apagar.
Impérios sobem para cairem.
O homem avança para em fim se fechar.
Do feudalismo à pós-modernidade, só mudou-se o referencial.
O mar ainda é mar, conquanto tenha ficado menor.
Os olhos que lhe viam há cinco meses, agora estão dependurados.
O mundo dos morcegos é o atrasado dos patos.
Figura-se em minha memória uma face esquerda.
Agora esta continua sendo, porém é direita.
O gosto do rosto é igual.
Desgastado e habituado pela minha lingua casta.
Saborear?
Polvos não acham as águas salgadas.
O dizer é impróprio aos ouvidos machucados.
Derretidos na doçura de elogios.
Demolidores do importar-se.
Cale-se e me ame.
O afago alimenta a submissão.
O inferior é quieto porque está morto.
Lástimar, a impossibilidade de tentar ver mais largo, é inevitavel.
Mais longo que a domesticação carinhosa de suas pupilas.
Ao luxo, a entrada é invasora.
Por fim.
O lastimado se alivia na destruição da inocente.
A inocente despedaça-se.
Farpas cegam o agressor.
Um mar surge, de ofensas e agrados.
Num ciclo de visões opostas e variavelmente rotineiras.

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