segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Madrugar

A música antiga e adorada perdera o gosto.
Feia.
Rústica.
Como pude adorá-la?
Disforme.
Dissonante.
Percebo que a música sempre fora a mesma.
Eu mudei.
A arte me abandonou.
Perdi a capacidade de adorá-la.
Cultivá-la.
Criá-la.
Não posso perceber o amor que fora composto com sua trilha.
Sem sabor.
Sem a textura necessária para alimentar minha paixão por ouvi-la.
Talvez o sono ha de roubar-nos o dom da vida.
Por isso que somos presos à ele.
Quem resistir a este verá a verdade.
Talvez a vida seja a ilusão do dormir.
Liberdade é um luxo dos que neste acreditam.
Por fim, todos estamos presos e fadados ao fim da renovação.
Perdurar pelos dias e noite nos há de ser impossivel.
Somos fracos e simples para compreender a imensidão de dias ao léu.
Tal como nos é dado o prazer ou desespero de vislumbrar a sombra
Sem nunca sairmos desta caverna ensolarada.
A vida.
A Arte.
Tudo que crêemos e nos mantêm como somos.
Nada disso há de resistir por horas alêm de nossa,
Limitada e fadada capacidade de permanecer.
Per.
Manecer.
E nesta inexploravel área do ser
Deixo aos psicólogos a tarefa de decifrar.

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