sábado, 15 de maio de 2010

Mas que nada

Cabe a mim o resto de ti.
Destruída.
Destroçada.
Finita.
Braços vazios que servem ao sossego.
Descanso do mundo.
Torna-se impossível criar-se quando até a esperança esta exausta.
E mesmo o dia de um fim de semana torna-se as madrugadas uteis.
Há de restar o que além do silêncio para sonhar e acreditar que se pode fazer algo.
Acreditar que se faz algo.
Nem pensar se faz.
Ja fizeram isso por você.
A vista embaça-se para ver a pronfundida.
Tudo permanece à mesma distância.
Julga-se o mundo pela casca que imprigna seu cansaço.
Seu descaso.
A pausa apenas serve para firmar-se a desilusão.
Fazer-se acreditar que existe algo.
Que és algo.
És nada.
Nada faz senão não ser.
Nada preenche-te senão o vazio que, por vezes, vista a esperança.
Esperança doutros.
Embora por momentos brilhe sua própria.
Mas logo apaga-se na sombra de um ja pensado.
A mente ocupada é, por sonhos que outros dormiram.
No fim, o elogio é falso.
A idolatria é simples.
Como se o preceito da criação minha fosse aludir-lhe.
A minha arte faz-se por si própria.
Tanto prova-se o descaso a que é escarrada à esta solidão.
Enquanto não negue-se a tristeza de sê-la,
Não surge para ser ovacionada, senão para que aproxime espiritos.
Trazer para perto aqueles que identifiquem-se.
Aqueles espiritos que explodem em outras formas e,
quem sabe talvez uma satisfação maior do homem se encontre na união de suas artes.
Numa madrugada vazia ou num fim de semana ilusório.
Seja como for caminhando o tempo que não existe, senão na mente de seus controladores.

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