quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ma première française

O seu jeito de falar
Sua voz suavemente rouca e sussurrada
Exitava
Não tinha como não ficar.
Dita delicadamente,
Como um segredo de amantes.
Algo íntimo.
Sua fala carregava o mais íntimo de si.
Seu olhar conduziu o romance.
O maestro de corpos no quarto escuro.
O jeito que mordia o lábio.
O seu.
O meu.
Era o acento tonal da canção.
Mais braços a detinham mais firme.
Se desmanchava em meu colo.
Suas pernas me enlaçavam e as respirações,
Ofegavam,
Ruidam,
Ritmavam.
Seu queixo se levantava abrindo-me seu pescoço.
A beijar.
Mordiscar.
Seu sussurro francês me possuia,
e assumia o desejo.
Seu quadril se encaixava em minhas mãos aleatórias
e pulsava,
e pulsava,
conduzindo
o
batimento
cardíaco.
Nosso.
Seus seios juntos ao meu peito eram,
assim,
metronomizados.
Agora,
Me olhava.
Seus olhos queriam
Abraçar-me por inteiro.
Como seus braços e pernas.
Mordiscava-me.
Sentia sua língua saborear-me.
Reluzia,
em seu jeito gálico.
Ascendia sobre mim em gemidos doces,
que somente sua boca francesa sabia fazer.
Subia mais.
Subia.
Seu olhar se perdia ao alto
e o meu,
nela,
abaixo.
Ponta de seus seios me tocavam,
e a dança dos corpos a fazia ceder.
Se intensificava.
Como mulher,
Como amante.
Suas costas curvadas para mim,
conduziam à sua nuca.
Ah! Como ela adorava.
Fosse a nuca acima
ou abaixo,
em suas nádegas durinhas.
Compactas.
Encaixadas.
Minhas mãos prendendo e se perdendo.
Percebia gemidos sussurrados a mais.
Seu ritmo cavalgava num crescendo.
Sentia onde estava.
Na distância de chegar.
Estava.
Nela.
Sua voz já era bem audível.
Pedia,
Conduzia,
Deleitava-se no saboroso francês de Lyon.
A calmaria já transformava-se numa tempestade em meu colo.
Nosso colo.
A cama sussurrava,
gemia ao ritmo franco-brasileiro.
O suor era presente,
visível no ar.
Nosso ar.
Entre e de nós.
A matéria que unia o restante dos corpos.
Subia alto.
Subia.
Forte.
Firme.
Gritava.
...
Descia.

Era minha.
Ah, como era minha.

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