sábado, 9 de fevereiro de 2013

Lúthien

Há, sem muito duvidar, um jovem em mim.
Um jovem daqueles que só quer chorar.
Lacrimejar ao mundo suas dores.
Chorar a ternura do passado como passado.
As saudades que sufocam.
Mas acima de tudo a insalubridade do presente.
Um presente sem futuro.
Um futuro sem futuros.
Parou de crescer na dor,
e és fruto da nostalgia.
Intemperança.
Tudo o que ele é não sou mais.
Tudo o que ele quer não há mais.
Os semblantes existem, mas não são.
Ah, o que poderia ter sido.
Na minha mente foi.
Na minha mente é.
Tudo que podia ter sido é.
E a tristeza reside ao sair de lá
e ver que aqui não é.
Ver que aqui não há, 
que aqui não tem.
Se tem, não é como lá.
Lá é o melhor do que aqui já foi.
Tudo de belo lá se eterniza.
Posso ter mil amores,
Ser o maior de cada um deles,
Mas o maior da minha vida,
Sempre, e vivificadamente na lembrança, 
agonizante por ser bela demais pra ser lembrada,
Será a jovem inesperada,
Desde então admirada,
Revisitada noutro tempo
e então eternizada.
A bel'elfa d'outros tempos.

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