sábado, 23 de março de 2013

Ao passado que se esvai

À minha infância,
tempos extra-humanos e materiais,
deixo o simples desejo,
que não me deixe mais.
Que sem o seu lampejo,
um simples abraço,
ou um tênue beijo,
nada mais há de ser.
Nada mais hei de querer senão vivificar minhas lembranças.
Tê-la novamente ali.
Todos nós.
Sou deveras materialista pra crer no tempo,
imagine à outras crenças mais.
Porém vivo o deleite,
que tanto há de me testar,
pois a cada novo dormir,
a cada novo sonhar,
me apareces tu,
e juntos um dia mais vamos ficar.
O que resta ao despertar,
estando o sol em seu lugar,
e tudo mais ao transitar,
sem jamais voltar a ter,
aquela casa,
aquele lar.
Aqueles olhos carinhosos,
dedos delicados, caprichosos,
e tranquilidade exemplar;
Sem poder ter,
acima de tudo,
o seu chá pra eu tomar,
e à minha vó pra retornar.

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