quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A doçura

Ah, a doçura.
Como se pode ter algo além da doçura?
Não se pode.
Tudo que há doçura é.
Ou então a sua falta.
Como aquelas amarguras que nos tangem.
Mas como só tangem, tudo bem.
Ser amargo seria pior.
Deveras pior.
Imagine acordar sendo um peso fazê-lo.
E mais ainda, não ansiar o retorno ao sono.
Mais nada.
Nada melhor se quererá, porque a amargura não deixa saber-se.
A amargura não deixa nada.
Nada para si.
Nada para os outros.
Ninguém.
Um absolutamente nada.
Ah, a doçura.
Como somente ao seu toque sabe-se o valor que tem.
A doçura daqueles olhos.
A doçura daquele sorriso.
Acima de tudo,

a doçura da doçura.

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