quarta-feira, 19 de junho de 2013

O ato de revolver-se.

É simples. 
No fim, tudo isso é simples.
Não menos belo, mas pelo contrário.
Existem encantos em cada singelo olhar, 
Avermelhados, lacrimejantes, cansados.
Mas de um cansaço que não se rende, não finda.
Senão em ir e rearticular-se, 
e voltar;
E voltar.
Revoltar.
Lamentos mil afluem todos os dias sobre sua ausência,
como que de um amante que foi pro mar e tarda em retornar.
Retomar o que é seu por 'direito';
o que é seu por dever.
Como iniciei,
belezas tantas que deveras esquecidas foram atrás dos olhos meus,
tamanhas as bestialidades que se apresentam no devir.
E que olhos aprendem a ver;
a ser.
E eis que,
basta um simples toque de um estranho,
de um outro qualquer na aleatoriedade do povo encurralado,
encarcerado nas vielas da vivência,
mas livres nas ruas do centro;
de um contato,
corpóreo ou não,
mas preenchido de um carinho para com todos,
Um espécie de cuido;
uma aflição partilhada no gesticular, no dizer, no existir;
E tudo se inverte.
Os olhos, impulsionados ainda mais pela nuvem ardente,
pelas borrachas ascendentes,
viram-se em si próprios.
Vê-se como o outro.
Vê-se como todos.
Deixar de ser-se para assim vislumbrar-se pela primeira vez em tempos,
finalmente [hei de dizer],
sendo.
Não se pode compreender a existência sem vivenciar o outro como a si.
Não enquanto posse ou mera extensão social,
Mas do que lhe faz ser.
Do que lhe faz.
És.
Sem conjugação.

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