terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Prostituta e o Professor

Ela chega em casa
Cansada do trabalho
Só pensa em dormir
E esquecer o que passou.

Ele chega em casa
Cansado de tanto trabalhar
Passou, não quer pensar
E dorme pra esquecer.

Sua vida é doação
Mesmo que não queira assim
Só lhe resta é cobrar
Pelo que sabe fazer.

E na hora do lazer
Outra vida quer levar
Ela abandona o prazer
E Ele deixa o ensinar.

Ela pega caneta e livros
Se esforça a aprender
Tem álgebra, química e história
Tenta, tenta até saber.

Ele sai com seus amigos
Que nem tão amigos são
Escolhe a próxima "vítima"
À machucar seu coração.

Ele a leva pra casa
lhe embebeda e faz deitar
Busca na gota de prazer
Sua rotina afugentar. (mas que vida!)

Ela vai pra faculdade
Cara limpa, tem que ver!
Escuta tantas maldades
Por seu destino escrever. (pra que tentar?)

Ela fica cabisbaixa
Pela falta de respeito
logo, distrai-se ca'aula
E seus colegas com seu peito.

Muitos ali já à tiveram
Outros tem regularmente
As meninas a invejam
Porque dão gratuitamente. (mas que burrice!)

Ele levanta da cama
Lambuzado de prazer
Pega um drink na cozinha
Ao lembrar-se do dever.

Ela levanta-se da cama
Pega suas coisas, se arruma
Cobra o valor merecido
Sai silenciosa e muda.

No ofício dele à noite
la está ela sentada
E como ele pediu que o açoite
Ela pediu pra ser ensinada.

Tantas aulas repetidas
Tantos homens repetidos
mesmo querendo o novo
O paladar já está vencido.

Para eles, o dever
Serve para o outro saciar;
Para eles, o prazer
Busca o fim de tanto lamentar.

Ela o paga com o dinheiro
Que a noite ele a pagou;
Ele prostitui a si mesmo
E ela mantêm-se com o que professou.

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